“Elas no Singular”, lançada em março de 2020, com direção de Fabrizia Pinto disponível no canal HBO Max, é uma série documental que narra oito das maiores escritoras brasileiras, dando voz às suas histórias pessoais, suas caminhadas de vida, com tons amorosos, poéticos, criativos e também doloridos. Em cada episódio, é apresentada a trajetória de vida e arte de cada uma delas, contada sempre em primeira pessoa. Assim, fundamentadas nos Estudos Culturais, por meio da técnica de análise fílmica, nos interessa investigar a presença dos temas do lazer e das questões de gênero em cada episódio. O documentário é formado pela auto narrativa de oito mulheres, são elas, Hilda Hilst, Conceição Evaristo, Rachel de Queiróz, Adélia Prado, Cora Coralina, Nélida Pinõn, Lygia Fagundes Telles e Clarice Lispector. Até o momento foi possível perceber que as autoras partem da sua infância e das relações de afetividade com a família para introduzirem suas histórias. Notamos também a presença do lazer por meio da ludicidade expressa nas festas, encontros de famílias, brincadeiras de infância, leituras na rede, viagens, entre outros. Em torno das questões de gênero, foi possível perceber que em cada singularidade houveram resistências, subversões e enfrentamentos para que suas obras e suas escritas fossem consideradas válidas em determinados espaços e elas como escritoras, fossem reconhecidas em suas autonomias. Indicamos que “Elas no singular” é um artefato cultural que ensina e discute os lugares dados e os lugares ocupados por essas mulheres e problematiza as relações de poder em diferentes contextos sociais.
“Elas no Singular”: As Subversões e Poderes das Mulheres Entre Cenas de Gênero e Lazer
Por
Lara C. P. Dourado Laux e Cathia Alves
Palavras-chave
Mulheres, Gênero; Lazer