Ter a oportunidade de contar uma história a ouvidos atentos é único. Criar uma história a partir de outras histórias é fascinante. Criar um espectáculo e partilhá-lo de corpo e alma é algo transcendente. Um monólogo é um dos grandes desafios do trabalho de uma actriz. Uma experiência marcante, que antes de ser saboreada, pode ser tremendamente assustadora. Um corpo despido e despojado em palco é de uma generosidade avassaladora, no entanto sacia cada poro do nosso corpo como uma tatuagem de emoções vivas. A partir de testemunhos dxs trabalhadorxs do sexo, no decorrer da pesquisa, dá-se lugar à escrita de cena, que resulta numa encenação solitária e interpretação sincera de uma viagem real pelo universo da invisibilidade. Fala-se de vidas, de sonhos, da sociedade, de emoções, de legislação e de sexo. Ao público cria-se a oportunidade de desvendar alguns mistérios da profissão mais antiga do mundo de modo a semear questionamentos acerca da invisibilidade e marginalidade à qual os trabalhadorxs são sujeitos. E de o provocar a considerar o tipo de preconceito e discriminação que exerce. Afinal, qual é o rosto da violência?
Camaleoa. Do Corpo ao Manifesto
Por
Palavras-chave
Violência Estrutural; Trabalhadorxs do Sexo; Estigma Social; Marginalidade; Invisibilidade; Escrita de Cena